Em 4 de agosto, uma explosão no cais do porto de Beirute devastou parte considerável da capital do Líbano e deixou, até o momento, 190 mortos e quase 10 mil feridos. Um mês depois, autoridades libanesas ainda não conseguiram determinar a causa da tragédia, embora tenham ordenado algumas prisões.
Na última quinta-feira (3), equipes de resgate ainda escavavam escombros nos bairros da capital em busca de sobreviventes e encontraram batimentos cardíacos fracos a 2 metros de profundidade. “Pode haver sobreviventes”, afirmou o governador de Beirute, Marwan Abboud. Segundo o exército libanês, sete pessoas continuam desaparecidas.
Enquanto o país ainda tenta salvar os atingidos diretamente e milhares de feridos hospitalizados estão distantes de se recuperarem, as consequências econômicas já começam a ser sentidas num país que já estava em dificuldades financeiras. A previsão é que, mesmo com a ajuda humanitária da comunidade internacional, as dificuldades devem perdurar no Líbano.
Até agora, 21 pessoas, a maioria delas funcionários portuários ou alfandegários, foram presas por algum alegado envolvimento na explosão. Na última segunda-feira (31), o juiz Fadi Sawwan, responsável pelas investigações, expediu dois mandados de prisão contra o diretor de transporte marítimo do Ministério dos Transportes e um alto funcionário.
Apesar das prisões, segundo Sawwan, as circunstâncias exatas da explosão ainda não são totalmente conhecidas e nenhuma evidência conclusiva foi encontrada na primeira fase dos interrogatórios.
Uma das linhas de investigação trabalha com a possibilidade de que o incidente tenha se originado durante a soldagem de uma porta quebrada no armazém número 12. Três trabalhadores, todos presos, teriam gerado faíscas que causaram o incêndio, que, por sua vez, teria causado a explosão.
Documentos revelados após a explosão indicam que algumas autoridades tinham conhecimento há meses de que 2.750 toneladas de nitrato de amônio estavam sendo incorretamente armazenadas em um depósito do porto.
Oficiais franceses, russos e estadunidenses participam da investigação. O caso deve ser transferido para a mais alta corte do Líbano e não caberá recurso.
Com agências internacionais