Policiais que torturaram e mataram homem negro em Nova York são suspensos

Os sete oficiais envolvidos na morte de Daniel Prude estão sendo investigados. Nas imagens, é possível ver que os policiais brancos o mantêm nu e ajoelhado, e depois ele é asfixiado com uma bolsa de plástico

Foto: YouTube
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A prefeitura da cidade de Rochester, no estado de Nova Iorque, anunciou a suspensão dos sete oficiais de polícia brancos que estão envolvidos no caso da morte de Daniel Prude, um homem negro que morreu após ação abusiva da polícia, na que ele foi humilhado, torturado e asfixiado.

O caso aconteceu em 23 de março, na cidade do interior do estado de Nova York, mas a família só teve acesso aos vídeos das câmeras da polícia nesta semana, e decidiu divulgá-los – o equipamento de filmagem preso ao corpo dos agentes é norma no estado.

Nas imagens, é possível ver que os policiais brancos algemam Daniel Prude depois de deixá-lo nu e ajoelhado no meio da rua, em uma noite de neve. Em seguida, ele é asfixiado com uma bolsa de plástico em sua cabeça, enquanto os policiais à sua volta riem da cena.

Segundo boletim médico da época, Prude faleceu no dia 30 de março, após ser retirado do ventilador mecânico que o manteve vivo nos sete dias depois dos acontecimentos filmados no vídeo. A morte teria sido causada pelos danos pulmonares fruto da asfixia a qual foi submetido naquele episódio.

O Departamento de Polícia alega que atuou após uma chamada da própria família de Prude, devido a problemas mentais que ele sofria. No entanto, a prefeita de Rochester, Lovely Warren (uma mulher negra filiada ao Partido Democrata), afirmou que a conduta dos policiais é “inaceitável para qualquer ser humano, não creio que existam problemas mentais que justifiquem tais procedimentos e isso precisa ser investigado e punido severamente”.

Warren também disse que o chefe de polícia de Rochester, LaRon Singletary, também será investigado, já que seu relatório sobre o caso indicou “overdose de drogas” como causa da sua morte, e omitiu vários dos acontecimentos depois revelados no vídeo.

A prefeita também comentou sobre a possível reação dos policiais a respeito das suas decisões. “Eu entendo que o sindicato pode processar a prefeitura por isso. Estão no seu direito de fazê-lo, isso não mudará a postura da nossa administração em tratar este caso como algo inadmissível”, comentou Warren.

A família da vítima se manifestou através de Joe Prude, irmão de Daniel. Em entrevista a meios locais, ele disse que o pedido da família à polícia não era para denunciá-lo e sim para pedir ajuda. “Alguém acha que nosso chamado foi para que eles fizessem isso? Vejam as imagens: há um homem está indefeso, totalmente nu, jogado no chão. Quantos irmãos mais terão que morrer para que a sociedade entenda que isso precisa parar?”, reclamou.