Mulheres imigrantes presas em um centro de detenção privado no estado da Georgia, nos Estados Unidos teriam sido submetidas a histerectomias, procedimento altamente invasivo de retirada do útero que as impede de engravidar. A prática foi denunciada por uma enfermeira que trabalhou na unidade e entregou as informações para duas organizações de defesa de direitos civis, a Project South e a Government Accountability Project.
Autoridades de imigração do país confirmaram na última terça-feira (15) que o inspetor geral do Departamento de Segurança Nacional vai investigar a denúncia, seguindo solicitação das organizações. De acordo com a denúncia, as esterilização teria sido praticada em massa e sem o fornecimento correto de informações para as imigrantes, o que coloca em dúvida até mesmo se houve consentimento por parte delas.
A enfermeira Dawn Wooten trabalhou no Centro de Detenção do Condado de Irwin. Ela afirmou que mulheres que reclamavam de períodos menstruais intensos ou que pediam por anticoncepcionais eram enviadas a ginecologistas fora da prisão e que algumas delas eram submetidas a histerectomias, apesar de muitas não entenderem bem o procedimento.
"Ninguém explicou a elas", disse Wooten. Segundo a enfermeira, embora o procedimento às vezes seja indicado, "não é comum que todos os úteros estejam ruins", em referência ao alto número de cirurgias.
O pedido de investigação foi reforçado pela presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, a democrata Nancy Pelosi. "Se isso for verdade, as terríveis condições descritas pela queixa da denunciante, incluindo alegações de que mulheres migrantes vulneráveis foram submetidas a histerectomias em massa, constituem um abuso avassalador dos direitos humanos", disse Pelosi.
"O Congresso e o povo americano precisam saber o por quê e em quais circunstâncias tantas mulheres, supostamente sem seu consentimento, foram empurradas para esse procedimento extremamente invasivo", concluiu Pelosi.
Com agências internacionais