A procuradora-geral de Nova York, Letitia James, anunciou nesta quinta-feira (6) que entrou com ação pedindo a dissolução da National Rifle Association (NRA), principal organização civil que faz lobby armamentista nos EUA e é usada como exemplo pela família Bolsonaro no Brasil.
A corrupção "é tão ampla", disse a procuradora, que é necessária a dissolução total da organização. "Para esses anos de má conduta, estamos buscando uma ordem para dissolver a ARN em sua totalidade", afirmou.
Segundo Letitia, a NRA desviou milhões de dólares para uso pessoal de seus comandantes, entre eles o diretor-executivo Wayne LaPierre que participou da 47 da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC, na sigla em inglês) em fevereiro deste ano, que teve entre os convidados o deputado Eduardo Bolsonaro.
Nas redes, Eduardo Blsonaro compartilha publicaçãoes e posicionamentos da NRA em defesa das armas.
"UMA SOCIEDADE ARMADA É UMA SOCIEDADE EDUCADA" (tradução livre). Desde que o estatuto do desarmamento foi aprovado em 2003 pelos mensaleiros o número de homicídios no Brasil só aumentou. Quem está mais seguro com o desarmamento?", tuitou Eduardo em setembro de 2018, compartilhando imagem da NRA.
Corrupção
Segundo a procuradora, LaPierre, Wilson Phillips, Joshua Powell e John Frazer - diretores da associação que foram denunciados - "instituíram uma cultura de auto-negociação, má administração e negligência na NRA que era ilegal, opressiva e fraudulenta".
Um exemplo de má conduta alegada no processo afirma que LaPierre visitou as Bahamas mais de oito vezes em avião particular, usando fundos destinados à NRA, por um custo total de 500 mil dólares.
"Seguimos os fatos e a lei", disse ela. "Chegamos à conclusão de que a NRA infelizmente estava servindo como um cofrinho pessoal para quatro réus individuais".
NRA
Fundada em 1871 como um grupo recreativo projetado para "promover e incentivar o tiro de espingarda", a National Rifle Association tornou-se uma das organizações políticas mais poderosas dos EUA.
A NRA agora faz lobby pesado contra todas as formas de controle de armas e argumenta agressivamente que mais armas tornam o país mais seguro. Ele se baseia e defende firmemente uma interpretação contestada da Segunda Emenda à Constituição dos EUA, que alega dar aos cidadãos dos EUA o direito de portar armas.
A NRA gasta cerca de 250 milhões de dólares por ano, muito mais do que todos os grupos de defesa do controle de armas do país juntos.
A organização ostentou alguns membros de destaque ao longo dos anos, incluindo o ex-presidente George Bush, pai. Bush renunciou ao grupo em 1995, depois que La Pierre se referiu a agentes federais após o atentado em Oklahoma City como "bandidos de botas".
Entre os membros atuais estão a ex-candidata a vice-presidente Sarah Palin, e os atores Tom Selleck e Whoopi Goldberg. A organização apoiou fortemente Donald Trump nas eleições de 2016, mas enfrentou escrutínio sobre suas práticas contábeis nos últimos anos e reação de defensores do controle de armas após tiroteios em escolas de alto nível.
Com informações da BBC