Cresce número de bilionários que compram bunkers para se preparar para o “fim do mundo”

Pandemia do coronavírus, mudanças climáticas, crise econômica e possível guerra entre Estados Unidos e China fez com que muitos endinheirados comprassem suas propriedades onde podem esperar o apocalipse, especialmente jovens magnatas do Vale do Silício

Piscina comunitária da rede de bunkers do The Vivos Group
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Nestes tempos atuais, com pandemia descontrolada, desigualdade econômica e social em níveis aberrantes, mudanças climáticas e até mesmo uma possível guerra nuclear entre Estados Unidos e China, motivos não faltam para se temer pelo futuro da civilização. Não são poucos os que comentam sobre essa possibilidade, e embora grande parte o faça em tom de brincadeira, também existem os que falam a sério, e também os que tomam atitudes também levando a sério essa possibilidade.

Uma prova disso é que, nas últimas semanas, especialmente desde que ficou claro que a pandemia do coronavírus estava fora de controle, cresceu de forma importante o número de bilionários tentando comprar bunkers, pensando em estar preparados para um apocalipse que deixaram de achar “possível”, e passaram a considerar “provável”.

Uma das empresas líder na fabricação de bunkers luxuosos para multimilionários é a The Vivos Group, que admite que suas vendas dispararam nos últimos meses. Segundo Dance Vicino, diretor executivo da empresa, “isto é como um seguro de vida ou um seguro de carro, você espera nunca ter de usá-los, mas se tiver de fazê-lo, são muito valiosos”.

O empresário descreve o seu serviço como um “projeto humanitário épico de sobrevivência”. A tendência já gerou até mesmo seu próprio conceito: o “survivalismo”, que deixou para trás os estereótipos dos fanáticos religiosos para abraçar alguns dos mais poderosos empresários de Wall Street, e principalmente jovens magnatas do Vale do Silício.

Uma matéria recente da revista The New Yorker que estima que 50% dos bilionários do Vale do Silício já tinham um bunker antes da pandemia, mas muitos compraram um novo ou reformaram o antigo após a pandemia. Há também quem alugue os bunkers: por exemplo, na Europa, um bunker na Espanha ou na Alemanha pode ter um aluguel de até 30 mil euros (cerca de 184.000 reais) por mês.

Mas não são só os super ricos que estão pensando no pior. Segundo o site Finder, cerca de 20% da população dos Estados Unidos já tomou alguma providência para se preparar para um possível fim do mundo.