O estadunidense Jacob Blake, vítima de um ataque a tiros por parte da polícia da cidade de Kenosha, no norte dos Estados Unidos, deve ficar paralítico. Ele foi atingido por sete tiros quando estava de costas, tentando entrar em seu carro, onde estavam seus três filhos, em ação de abuso policial ocorrida no domingo (23).
O último boletim médico, publicado na tarde desta quarta-feira (25), afirma que Blake apresentou uma pequena melhora em seu quadro clínico, mas ainda possui feridas no estômago e outros órgãos abdominais, como rins e intestinos, que o mantêm em risco de vida.
Além disso, as balas também causaram danos na coluna que tornariam “quase impossível que ele volte a caminhar, seria um milagre”, segundo o advogado e ativista pelos direitos humanos Bem Crump, que está acompanhando o caso e assessorando a família de Blake.
Ainda não se sabe exatamente o motivo pelo qual os policiais atiraram em Jacob Blake. O que se sabe é que os policiais foram até o bairro onde mora atendendo um suposto caso de “incidente doméstico”. As imagens do ataque difundidas nas redes sociais mostram que Blake caminha pacificamente até o seu carro, não há indícios de que estava armado e em nenhum momento realiza gestos ameaçadores, embora os policiais se mantenham o tempo todo apontando suas armas para ele, até que atiram logo depois que ele abre a porta do veículo e tenta entrar.
O Departamento de Polícia de Kenosha (cidade do estado de Wisconsin), tampouco revelou a identidade dos policiais que participaram da ação – aparentemente, são dois, embora uma terceira policial estivesse próxima da cena, mas não é possível perceber nas imagens se ela estava com a arma em mãos, como os demais colegas –, apenas assegurou que eles se encontram “afastados e sob investigação”.
O advogado Bem Crump também revelou que Blake estava com seus três filhos no carro no momento em que foi baleado. “Eles disseram que viram o policial atirando no pai deles. É um trauma que eles vão carregar para sempre. Não podemos deixar que esses oficiais violem seu dever, que é o de nos proteger. Nossas crianças merecem coisa melhor”, declarou.