A ativista política Francisca Dávalos foi presa pelos Carabineros (polícia militarizada chilena), na tarde desta segunda-feira (10), enquanto participava de um protesto no Centro de Santiago do Chile, em favor da liberdade de 8 líderes da comunidade mapuche (indígenas do sul do país), considerados presos políticos.
Francisca é filha de Michelle Bachelet, ex-presidenta do Chile (em dois mandatos: 2006-2010 e 2013-2017) e atual Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas). Também foi a primeira diretora da agência ONU Mulheres e é especulada como candidata a ser a próxima secretária-geral da ONU – o que faria dela a primeira mulher a ocupar esse cargo.
A jovem foi presa junto com outros cinco manifestantes. Francisca e outros três detidos já teriam sido liberados. Outros dois casos ainda não foram confirmados.
A primeira versão da imprensa local sobre a prisão da ativista dizia que ela se encontrava infringindo a quarentena obrigatória decretada na capital chilena. No entanto, ela possuía um documento oficial que permitia sua circulação apesar do isolamento. Quanto a isso, a Polícia teria alegado que a detenção se deu por suposto “mau uso da permissão de circulação”, que teoricamente não autorizaria a participação em protestos.
Atualmente, o Chile mantém 11 líderes mapuche presos, os quais são considerados políticos pelos movimentos sociais chilenos, já que muitos estão em prisão preventiva há anos sem um julgamento definitivo, e outros foram condenados sem provas que pudessem determinar sua culpa.
Além disso, 8 desses presos estão em greve de fome desde meados de julho, e exigem a aplicação da Convenção 10 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que estipula que a aplicação uma sanção legal aos indígenas “deve levar em consideração suas características econômicas, sociais e culturais”.