O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, anunciou nesta quinta-feira (2) que seu país suspendeu a decisão de expulsar o representante diplomático da União Europeia, a partir de um acordo com o alto representante desse bloco para Assuntos Exteriores e Política de Segurança, o diplomata espanhol Josep Borrell.
Através de sua conta de Twitter, Arreaza relatou que teve uma conversa com Borrell por telefone, na qual concordaram com “a necessidade de manter uma estrutura de relações diplomáticas em termos construtivos para ambos”.
Com isso, a diplomata portuguesa Isabel Brilhante Pedrosa continuará em Caracas como representante do bloco europeu no país sul-americano.
Logo depois, em entrevista ao canal TeleSur, o chanceler venezuelano disse considerar que a negociação com Borrel teve “resultado positivo”, mas que o país também espera “algum tipo de gesto da Europa para ter uma posição muito mais objetiva. Espero que haja reflexão e retificação”.
A declaração de Arreaza faz alusão ao fato de que a medida do governo venezuelano fazia referência a sanções econômicas do bloco europeu contra um grupo de deputados opositores do governo de Nicolás Maduro, mas que também romperam relações com Juan Guaidó, líder do setor mais radicalizado da direita e que se autoproclama “presidente interino” do país, com o apoio dos Estados Unidos e de alguns governos europeus e latino-americanos – incluindo o Brasil.
Quem também se referiu ao tema da reaproximação entre a Venezuela e a União Europeia foi o presidente Nicolás Maduro, que falou para meios locais que é a favor de “dinamizar o diálogo” entre o seu governo e as autoridades europeias.
“Eu disse ao chanceler Arreaza que acho uma boa ideia dar uma oportunidade ao diálogo, como dizia John Lennon, uma oportunidade à diplomacia, à comunicação e a um novo entendimento”, comentou o mandatário venezuelano.