Após meses assegurando que apresentaria o projeto de anexação da Cisjordânia ao parlamento nesta quarta-feira (1), na última hora, o governo de Israel decidiu suspender a iniciativa, sem revelar quando seria a nova data para o início do trâmite.
A proposta surge de um acordo entre Benjamin Netanyahu e Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, anunciado em janeiro passado, e que chegou a ser classificado como “o acordo do século” pela assessoria de imprensa da Casa Branca, embora nunca tenha contado com a aceitação do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.
A suspensão da apresentação da proposta parece ser uma vitória da pressão internacional contra o governo israelense devido ao projeto. Vários países – entre eles Reino Unidos, China, Egito e Alemanha, entre outros – disseram que somente reconheceriam um acordo sobre a Cisjordânia se este contasse com a concordância das autoridades israelense e palestina. O que não é o caso deste projeto atual, que não é aceito pelos palestinos.
Por sua parte, a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a chilena Michelle Bachelet, declarou que “as ondas expansivas dessa anexação podem durar décadas, e serão extremadamente prejudiciais até mesmo para Israel, e também para os palestinos. A anexação é ilegal, ponto final”.
No entanto, o governo israelense não deve desistir do projeto. Segundo meios locais, a possibilidade de que Donald Trump perca as eleições de novembro, e para um Joe Biden que afirma ser contra a anexação, é uma das razões pela qual Netanyahu considera o cenário ideal como o ideal para impulsionar a medida.
“A ampliação da soberania (israelense na Cisjordânia) acontecerá em julho, só falta estabelecer uma nova data, mas ainda temos o mês inteiro”, assegurou Ofir Akunis, ministro da Cooperação Regional de Israel.