A busca pela figura que acompanhará Joe Biden na fórmula presidencial do Partido Democrata nas eleições de novembro de 2020 ainda não foi concluída, mas já tem um nome entre os favoritos: o de Val Demings, membro da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, similar à Câmara dos Deputados brasileira.
Em entrevista para meios estadunidenses, em maio, Biden já admitia que “ela faz parte de um grupo de 12 mulheres verdadeiramente qualificadas e talentosas que estão na lista de possibilidades”. Porém, com o passar das semanas, essa lista foi diminuindo e o nome de Demings foi crescendo até se estabelecer como um dos favoritos.
A grande questão é que Demings tem o perfil que os democratas buscam para acompanhar Biden: é mulher e afrodescendente, o poderia ajudar o partido a se aproximar do público que e apoiadores de movimentos sociais como o Me Too (feminista) e Black Lives Matter (antirracista), mesmo com um candidato homem e branco.
Contudo, o nome de Demings tem um ponto fraco no que diz respeito à causa antirracista: seu passado como policial. Ela foi a primeira mulher e a primeira pessoa negra a chefiar o Departamento de Polícia de Orlando, depois de 132 anos de chefes homens e brancos.
Além disso, esse período inclui uma polêmica. Uma decisão sua acabou com o acesso do público aos áudios da rádio policial, instrumento que era valorizado pelo público e pela mídia, que acompanhavam os casos, e também pelos movimentos sociais que fiscalizavam a ação dos agentes. Na ocasião, Demings justificou que a medida visava, “garantir a segurança dos policiais”.
No dia 29 de maio, quatro dias após o assassinato de George Floyd, a congressista escreveu um artigo no jornal Washington Post, onde disse que “como um ex-policial, deixem-me começar com uma mensagem aos meus irmãos e irmãs de uniforme: que diabos eles (os envolvidos na ação contra Floyd) estavam fazendo? É possível defender esse tipo de procedimento? Todos nós sabemos que não”.