O governo dos Estados Unidos obrigou o veterano diplomata Bill Richardson a abandonar sua aposentadoria para viajar a Caracas, com a missão de negociar a libertação dos mercenários norte-americanos envolvidos nos ataques marítimos realizados nas costas da Venezuela, nos dias 3 e 4 de maio.
As incursões terminaram sendo frustradas, primeiro por uma ação do exército venezuelano, que interceptou o ataque do dia 3 de maio e prendeu cerca de 10 mercenários, na cidade de La Guaira. No dia seguinte, um segundo grupo de 8 mercenários foi capturado por um grupo de pescadores, na cidade de Chuao.
Entre os presos estão Luke Alexander Denman e Airan Seth Berry, ambos ex-membros das Forças Especiais do exército dos Estados Unidos. Ambos são ligados à empresa militar Silvercorp, que foi contratada por Juan Guaidó para organizar a tentativa de invasão, cujo objetivo era derrubar o governo de Nicolás Maduro.
Antes de ser contratada para este serviço, a Silvercorp já havia prestado serviços para a Casa Branca: alguns de seus funcionários chegaram a trabalhar como guarda-costas de Donald Trump.
Segundo a Casa Branca, Richardson deverá interceder junto às autoridades venezuelanas ligadas ao presidente Nicolás Maduro, “por questões humanitárias, e a pedido de várias famílias de prisioneiros estadunidenses”, o que é curioso já que o governo dos Estados Unidos não reconhece essas autoridades como legítimas – Donald Trump e seu secretário de Estado, Mike Pompeo, defendem a narrativa de que o verdadeiro presidente do país é o líder opositor Juan Guaidó.
Além dos militares, Richardson também deve interceder por Tomeu Vadell, Gustavo Cárdenas, Jorge Toledo, Alírio Zambrano, José Luis Zambrano e José Ángel Pereira. Os seus são ex-funcionários da Citgo (representante da estatal PDVSA nos Estados Unidos), cinco deles venezuelanos-estadunidenses e outro residente permanente no país norte-americano.
Eles são acusados de colaborar com a pressão internacional dos Estados Unidos contra a Venezuela, ao solicitar um empréstimo de 4 bilhões de dólares, pelo qual teriam colocado a própria empresa como garantia.