A cidade de Antuérpia, localizada no norte da Bélgica, derrubou a estátua incendiada do rei Leopoldo II para colocá-la em um museu. O monarca causou a morte de 10 milhões de africanos, a maioria da República Democrática do Congo.
Em meio aos protestos antirracista no domingo (7) no país, estátuas do monarca foram alvo dos manifestantes em diversas cidades. Em Bristol, na Inglaterra, manifestantes derrubaram a estátua em homenagem ao traficante de escravos Edward Colston e a jogaram no rio da cidade.
Segundo historiadores, Leopoldo II fez um reinado de 44 anos, a maior parte no final do século 19. Os monumentos em sua homenagem trazem à tona o passado colonial belga, marcado por exploração, violência e crueldade com povos africanos.
Em Ghent, o monarca em bronze foi pintado de vermelho e recebeu um capuz no rosto, com as palavras “não consigo respirar” — a frase dita por George Floyd ao ser assassinado por policiais brancos em Mineápolis, nos estado americano de Minnesota, em 25 de maio, dando início a onda de protestos pelo mundo.
Em Bruxelas, centenas de manifestantes cercaram uma estatua do rei na praça do Trono. Foram escritas palavras de ordem na base e outros escalaram o monumento, aos gritos de “assassino” e empunhando a bandeira do Congo. Quando alguns deles atearam fogo no pedestal, a polícia arremessou bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta.