A Justiça Federal da Argentina determinou, nesta quinta-feira (25), uma ordem de busca e apreensão na casa do advogado Darío Nieto, secretário pessoal do ex-presidente argentino Mauricio Macri. A decisão é relativa ao processo que investiga um possível esquema de espionagem ilegal realizado pelo macrismo contra opositores.
Segundo caso, liderado pelo juiz federal Federico Villena, o governo de Macri utilizou a AFI (Agência Federal de Inteligência da Argentina) para monitorar figuras críticas à sua gestão, incluindo jornalistas, sindicalistas de esquerda, líderes de movimentos sociais, e principalmente políticos, a grande maioria ligados ao kirchnerismo, mas também alguns de centro e até alguns aliados de Macri – como o prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, um dos monitorados.
Suspeita-se que Nieto era o responsável por passar as orientações do presidente aos espiões da AFI. A ordem conta o advogado, figura muito próxima ao ex-presidente, parece jogar por terra a primeira narrativa da defesa macrista, de que a possível rede de espionagem, se existisse, não teria nenhuma ligação com Macri.
A primeira figura política a testemunhar no caso foi a maior rival política de Macri, a atual senadora e vice-presidenta Cristina Kirchner (também ex-presidenta, e também atual presidenta do Senado).
Em seu depoimento, a líder da esquerda argentina não deixou dúvidas que considera que Mauricio Macri é o principal responsável pela rede de espionagem, e apresentou as evidências que reuniu nos últimos anos de que vinha sendo monitorada pelo governo.