Unesco revela que América Latina já tinha 12 milhões de crianças excluídas da educação antes da pandemia

Informe da entidade também mostra que a crise da saúde agravou o problema e que 40% dos países dão apoio nulo ou insuficiente aos estudantes mais pobres. Brasil é citado como país que exclui população indígena e apresenta segregação socioeconômica

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
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A Unesco (sigla em inglês da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), divulgou seu Relatório de Monitoramento da Educação no Mundo nesta terça-feira (23), que mostra dados bastante preocupantes com respeito a realidade do acesso à educação na América Latina e no mundo.

Um desses números tem a ver com uma realidade que é anterior à chegada da pandemia: na América Latina e do Caribe, o ano de 2020 começou com 12 milhões de crianças excluídas dos sistemas de educação, e isso antes de que a região fosse afetada pelo novo coronavírus – atualmente, é um dos epicentros da crise mundial de saúde, especialmente em países como Brasil, Chile e Peru.

Além disso, a agência também mostrou alguns dados que já indicam uma piora da situação nos poucos meses desde o início da crise de saúde provocada pela chegada do novo coronavírus ao subcontinente.

Segundo a Unesco, a nível global, ao menos 40% dos países tomaram medidas nulas ou insuficientes para garantir o acesso à educação para crianças de setores sociais mais vulneráveis, “alimentando as profundas desigualdades pré-existentes”, diz o informe. Entre esses países, boa parte se encontra na América Latina.

Embora o informe evite especificar casos e apontar crises mais profundas nos países, há algumas exceções negativas, e o Brasil está entre elas. O texto diz que “Brasil, Peru e México demonstram uma desigualdade que se exacerba entre as populações de origem indígena, embora também apresentem segregação socioeconômica”.