Nova Iorque anuncia fim de unidade policial acusada de utilizar táticas racistas

Dermot Shea, chefe da polícia de Nova Iorque, reconheceu que a Unidade Anticrime tem sido frequentemente acusada de realizar perseguição sistemática contra membros da comunidade negra e imigrantes

O chefe de polícia de Nova York, Dermot Shea (foto: NY Daily News)
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Em meio aos muitos protestos nos Estados Unidos contra os abusos e assassinatos cometidos pela polícia contra pessoas afro-americanas, o Departamento de Polícia de Nova Iorque anunciou, nesta segunda-feira (15) que desmantelará sua Unidade Anticrime, maior alvo das denúncias de práticas racistas na corporação.

A Unidade Anticrime é composta por cerca de 600 agentes que trabalham à paisana, patrulhando as ruas da cidade. Segundo o chefe da polícia de Nova Iorque, Dermot Shea, a unidade tem sido frequentemente acusada de realizar perseguição sistemática contra imigrantes e membros da comunidade negra.

“É tempo de avançar e mudar a forma como policiamos esta cidade. Podemos fazer isso com inteligência, com astúcia e não com força bruta”, afirmou o chefe da polícia novaiorquina.

Shea assegurou que os agentes serão recolocados em outros setores, sem contato com as ruas. O anúncio acontece dias depois de o governador do estado de Nova Iorque, Andrew Cuomo, ter apresentado medidas relativas a uma reforma da polícia, visando uma maior transparência nos protocolos e a responsabilização dos agentes que cometam abusos.

As medidas, no entanto, são mais moderadas se comparadas à que tomou o Conselho Municipal de Minneapolis, que decidiu desmantelar todo o seu Departamento de Polícia, e iniciar o processo de criação de um novo sistema de segurança pública, com maior participação e regulação por parte da comunidade.