As palavras "estuprador" e "racista" foram pichadas em uma estátua do jornalista Indro Montanelli em Milão, no norte da Itália, que fica dentro de um parque com seu nome. A imagem também recebeu um banho de tinta vermelha.
Montanelli, que morreu em 2001, aos 92 anos, admitiu, nos anos 1960, que teve uma "noiva" de 12 anos da Eritreia, país no nordeste da África, enquanto serviu como soldado na então colônia italiana, na década de 1930. Na realidade, ele comprou a criança.
Estátuas associadas ao racismo, à escravidão e ao colonialismo têm sido alvo de manifestantes em diferentes países, dentro da onda global de protestos desencadeada pelo assassinato de George Floyd por um policial branco nos EUA.
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Montanelli é um jornalista aclamado por muitos profissionais e entidades na Itália. Ele foi homenageado pelo Instituto Internacional de Imprensa de Viena, em 2000, como um dos 50 heróis da liberdade de imprensa mundial.
No entanto, alguns historiadores apontam a sua simpatia pelo regime fascista de Benito Mussolini. Montanelli teria se voluntariado para servir na Eritreia, explorada cruelmente pelos italianos.
Ele é apontado como um correspondente de guerra notável. Também cobriu a reconstrução do país depois da Segunda Guerra e os escândalos anticorrupção que derrubaram a classe política italiana nos anos 1990.