"Derrube estátuas e monumentos no Reino Unido que comemoram a escravidão e o racismo". Este é lema na abertura do site Topple the Racists (Derrube os Racistas), que entrou no ar nesta semana.
A página disponibiliza um mapa interativo com a localização de estátuas de proprietários e traficantes de escravos, de exploradores e de figuras do colonialismo no país. Até o momento, são 80 alvos.
"Estátuas são exercícios de adoração pública. E Edward Colston fez sua fortuna no comércio de escravos. Ele fazia parte de um sistema de assassinatos em massa, tortura e sofrimento humano. Devemos aprender, e não venerar, este terrível capítulo da história colonial britânica", diz explicação no site.
O mapa do Derrube os Racistas inclui nomes como Cecil Rhodes, supremacista branco e um dos mentores do apartheid na África do Sul, e James Cook, explorador do século 18. Monumentos para militares envolvidos em massacres na Índia também são relacionados.
A página oferece uma discrição para cada alvo que justificaria a sua marcação. É possível sugerir outras estátuas.
Onda de protestos
O Derrube os Racista afirma que se inspirou "na ação direta" dos moradores da cidade de Bristol, que, durante os protestos contra o racismo do último fim de semana, derrubaram uma estátua de Colston e a jogaram em um rio.
A partir do episódio, estátuas ligadas ao racismo, à escravidão e à exploração colonial passaram a ser alvo de manifestantes em outras cidades britânicas e um pouco por todo o mundo, na onda que se seguiu ao assassinato de George Floyd por um policial branco nos EUA.
No Reino Unido, já foram registrados ovos ataques, incluindo estátuas do primeiro-ministro Winston Churchill (1874-1965) e da rainha Vitória (1819-1901), que ganharam palavras de ordem e tinta. Nos EUA, manifestantes decapitaram uma estátua Cristóvão Colombo nesta quarta-feira (10).
Na Bélgica, desde o início do mês, manifestantes têm atacado estátuas do rei Leopoldo II, responsável pela morte de 10 milhões de congoleses em anos de exploração colonial, com protestos que se intensificaram no último domingo (7), em Bruxelas. Na Antuérpia, uma estátua foi removida para um museu e a prefeitura da capital discute retirar outras imagens do monarca.