Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (14), em Genebra, a Alta Comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, fez uma advertência ao Brasil sobre o crescimento da influência de “grupos políticos que podem representar uma ameaça para a democracia”.
Apesar de não citar nomes, ficou claro que a comissária fazia alusão aos grupos bolsonaristas, quando ela completou seu comentário indicando que se referia a “forças políticas que apelam à participação dos militares”.
“Também ouvimos alguns grupos pedindo a participação dos militares. E existem alguns sinais por alguns grupos políticos que podem significar uma ameaça para a democracia”, foi o que disse exatamente Bachelet.
Em seguida, ela disse acreditar que o Brasil “tem uma sociedade muito dinâmica, lideres dinâmicos, que podem mostrar que a covid-19 não deve ser usada como justificativa para reduzir espaço cívico e restringir liberdade de imprensa e expressão”.
A chilena também quis destacar o que considera “iniciativas positivas” no Brasil, em combate à pandemia, citando como exemplo o Pacto pela Vida, assinado por representantes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), ABC (Academia Brasileira de Ciências), ABI (Associação Brasileira de Imprensa), CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), entre outras organizações.
Em meados de 2019, Bachelet também manifestou seu temor a respeito da s situação de direitos humanos no Brasil. Na ocasião, o presidente Jair Bolsonaro reagiu às declarações com ataques à memória do seu pai, um dos militares chilenos que se opuseram ao golpe de Estado de Augusto Pinochet, em 1973, e que por isso foi assassinado pelo regime, em março de 1974.
A chilena também foi presidenta do seu país durante dois mandatos, o primeiro entre 2006 e 2010, e o segundo entre 2014 e 2018.