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Nesta quarta-feira (5), o Chile recorda os 53 anos da morte da figura mais importante da sua cultura popular: a cantora, compositora, poetisa e artista plástica Violeta Parra, que se suicidou em 1967, quando tinha 49 anos.
A maior parte dos eventos comemorativos estejam sendo organizados pela Fundação Violeta Parra, administradora do museu do mesmo nome, e que conta com a autorização de parte da família. Mas nem todos os Parra estão de acordo com o uso que a entidade faz desse legado.
Uma dessas descontentes é Tita Parra, que também cantora e artista plástica, como foi sua avó, e também sua mãe, Isabel Parra.
Em entrevista para o periódico El Desconcierto, Tita reivindica a mensagem da avó como uma das principais inspirações da revolta social que o Chile vive desde outubro de 2019. Aliás, sua maior crítica à entidade é que administra o acervo de Violeta Parra é sobre o seu exagerado sentido comercial, em detrimento dos ideais promovidos pela artista.
“O Museu busca ser somente um atrativo para os turistas, e não é capaz de se adaptar às novas circunstâncias. Temos visto assembleias e encontros no Chile inteiro, de comunidades, grupos de artistas, mulheres, camponesas, gente que está presente nas canções da minha avó, e eles não são capazes de fazer um mínimo gesto a favor do movimento social”, reclamou Tita.
Em outro momento da entrevista, ela afirmou que “as mensagens das canções de Violeta estão nas ruas do Chile, e não no seu museu”.
Tita reconhece que a família faz parte do diretório que toma as decisões na Fundação Violeta Parra, mas se queixa do fato de que a maioria deste é conformada por pessoas ligadas ao governo de Sebastián Piñera.
Violeta Parra é recordada até hoje como uma das maiores artistas populares da América Latina, e autora de canções inesquecíveis como “Gracias a la Vida” e “Volver a los 17”.