A torcida organizada Antifascistas De La Garra Blanca, que reúne torcedores da equipe do Colo-Colo, do Chile, declarou guerra à possibilidade de a equipe contratar o técnico brasileiro Luiz Felipe Scolari. Os fãs do time postaram, em suas redes sociais, uma nota de repúdio ao treinador, que fez elogios ao ditador sanguinário, general Augusto Pinochet.
Em nota, a torcida diz que está pronta para “declarar guerra à chegada de Scolari e de qualquer um que abrace práticas e ideias fascistas”.
Felipão afirmou, em entrevista à rádio Jovem Pan, em 1998, que “Pinochet fez muita coisa boa também”. Em relação aos muitos casos de tortura e morte no período da ditadura chilena, o brasileiro disse que “há determinados momentos que ou o pessoal se ajeita ou a anarquia toma conta”.
Veja a íntegra da nota:
Dizemos não ao fascismo no Colo-Colo
Causa-nos repulsa saber que Luiz Felipe Scolari está sendo pretendido
pelos nefastos de branco e preto para ser técnico do nosso precioso clube. Um
sujeito nefasto, que não teve vergonha de louvar o genocida Pinochet e de
indicar que, às vezes, são necessárias violações de direitos humanos para se manter
a ordem.
É isso que queremos para o Colo-Colo?
Principalmente agora, que sob a tirania de Piñera mataram e mutilaram os nossos
irmãos e irmãs, sob o mesmo pensamento colocado por este nefasto sujeito: a
chamada ordem pública. Nós dizemos não! Não ao fascismo no Colo-Colo. Não ao
pinochetismo no nosso clube, o nosso clube tem origens populares e rebeldes. Por
isso, nunca as trajetórias e triunfos de alguém vão estar acima do seu
pensamento, posição política e dos seus valores humanos. O Colo-Colo não deve
ter nenhuma relação com quem defende a repressão contra um povo que só exige o
que é justo e lhe foi tirado o direito a uma vida digna por décadas.
Desde o nosso coletivo, antifascistas da garra
branca, vamos declarar a guerra à chegada de Scolari e de qualquer um que
abrace práticas e ideias fascistas. Avisamos: Declaramos você pessoa não grata
para o Colo-Colo e o povo do Chile. E vocês B$N, não passarão, por rir na cara
do nosso povo.
Em uma entrevista à rádio Jovem Pan, de São Paulo, “Felipão” opinou sobre o ex-comandante do Exército, que naquela época era senador vitalício e se encontrava preso em Londres.
“Pinochet fez muitas coisas boas. Arrumou muitas coisas, as pessoas estavam muito bagunçadas, fizeram mais coisas boas do que más”, apontou Scolari.
Mas isso não foi tudo, já que o técnico abordou as denúncias por violações aos direitos humanos, garantindo que “em certos momentos, as pessoas se ordenam ou se torna anarquia”.
A admiração de Scolari por Pinochet foi destacada durante o encontro entre a seleção chilena e a brasileira, no Mundial de 2014. Por esses anos, também se falou do caráter forte e autoritário que Scolari tinha em relação a seus jogadores.