O Ministério da Saúde do Chile anunciou quinta-feira (28) o que qualificou como uma “boa noticia”. Segundo o ministro Jaime Mañalich, “o governo está preocupado com os abusos dos centros médicos privados, e fixou um valor máximo de 20 mil pesos chilenos (equivalente a 110 reais) para fazer o teste”, se referindo ao exame que identifica se o paciente tem o coronavírus.
O valor mínimo, pelo sistema Fonasa (que funciona como um plano de saúde controlado pelo Estado) será de 7 mil pesos (cerca de 40 reais). Segundo números da Fundação Sol, esse valor equivale a média de um dia de trabalho para uma grande parte da população chilena que trabalha na economia informal, e tem renda mensal bem menor que um salário mínimo – que no país é de 301 mil pesos, cerca de 1650 reais.
O Chile é o paraíso do livre mercado, e sua constituição é tão neoliberal que tem até um artigo que impede ou limita a participação do Estado em atividades econômicas quando há o interesse de privados em explorá-la.
Além disso, o país não possui um sistema de saúde como o SUS no Brasil, e mesmo os mais pobres precisam ser clientes do sistema Fonasa, o mais barato do mercado, para ter acesso à saúde.
Até o momento, o Chile não teve nenhum caso oficial de coronavírus. Há 11 casos suspeitos, dos quais 7 pessoas puderam fazer o teste e deram negativo para a presença do vírus Covid-19 (nome científico desta nova versão do coronavírus), segundo o Ministério da Saúde.