Mais de 300 mil pessoas (segundo as organizadoras) se reuniram em Buenos Aires, na noite desta quarta-feira (19), para defender o novo Projeto de Lei do Aborto Livre, que será apresentado este ano, no Congresso argentino.
A proposta deste ano não muda em praticamente nada o projeto que já foi apresentado várias outras vezes, desde 2008, e que foi rechaçado em todas elas. Em 2018, a proposta teve seu avanço mais significativo, ao ser aprovado na Câmara dos Deputados. Em seguida, foi rejeitado pelo Senado.
A diferença, desta vez, é que a proposta conta com o apoio do presidente Alberto Fernández, que afirmou, durante a campanha eleitoral, e também em seu discurso de posse, que seu governo vê o aborto “não como um dilema filosófico, mas sim como um tema de saúde da mulher, e é preciso que o Estado atue para evitar que milhares de mulheres argentinas morram todos os anos em abortos clandestinos”.
Durante a manifestação, o grito mais ouvido no centro da cidade foi “em 2020 será lei”. Também houve homenagens às mulheres vítimas de abortos clandestinos e vítimas de feminicídios.
Outro momento importante do ato foi a apresentação do Coletivo Lastesis, um grupo de chilenas feministas autoras da performance “El Violador Eres Tu”. Como a versão original está mais dedicada ao tema do abuso sexual, desta vez, elas mostraram uma versão especial sobre o tema do aborto, chamada “El Opresor Sos Vos” – com espanhol argentino.
Além de Buenos Aires, outras cem cidades do interior do país também realizaram atos em favor do projeto.