Protestos e muita confusão no Aeroporto Internacional Simón Bolíviar, em Caracas, marcaram o retorno do líder opositor venezuelano Juan Guaidó, autoproclamado presidente do seu país, após uma série de visitas realizadas por ele a países da Europa e aos Estados Unidos.
Guaidó foi recebido por um grupo de deputados do seu partido e embaixadores de países europeus, além de sua esposa, Fabiana Rosales, e uma dezenas de apoiadores anônimos.
No entanto, foram muitos mais os que o esperavam para manifestar sua indignação pelo papel desempenhado pelo opositor nas últimas semanas. Centenas de pessoas presentes no aeroporto gritaram a ele coisas como “traidor”, “assassino” e “vende-pátria”. Os apoiadores de Guaidó presentes do aeroporto tiveram que escoltá-lo até o carro que o levou à sua casa.
Entre os grupos que protestaram contra o retorno de Guaidó estavam os trabalhadores da linha aérea estatal venezuelana Conviasa, devido às sanções que a empresa recebeu na semana passada do governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, maior aliado internacional de Guaidó. Devido à medida estadunidense, um grande número de trabalhadores poderia perder seus empregos.
Em um dos muitos vídeos difundidos do retorno de Guaidó à Venezuela, se pode ver uma funcionária da Conviasa que vai até o líder opositor e diz a ele: “você é um traidor da pátria”. O opositor tenta intimidá-la, mas se detém devido aos gritos dos demais manifestantes.
A turnê internacional de Guaidó foi financiada por entidades estadunidenses como a USAid (sigla em inglês da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) e a NED (sigla em inglês da Fundação Nacional para a Democracia). Começou na Colômbia, onde o opositor se encontrou com o presidente Iván Duque, e o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, passou por diversos países da Europa, e terminou na semana passada, com um encontro com Donald Trump, no salão oval da Casa Branca.