Donald Trump ainda não jogou a toalha e prova disso é a ação coordenada das supremas cortes estaduais de 18 estados norte-americanos a seu favor, esta semana.
O novo capítulo da novela eleitoral estadunidense começou na segunda-feira (7), com uma moção da Suprema Corte do Texas acusando as autoridades dos estados de Geórgia, Michigan, Pensilvânia e Wisconsin (todos vencidos por Joe Biden) de fazer mudanças inconstitucionais nas leis eleitorais que favoreceram o voto pelo correio.
A iniciativa texana tem âmbito nacional, já que solicita a intervenção da Suprema Corte dos Estados Unidos, a máxima instância do Poder Judiciário nesse país, para que aceite a responsabilidade de dar a última palavra sobre o resultado das eleições presidenciais de 2020.
Segundo alguns analistas políticos estadunidenses, o Partido Republicano conta com maioria de indicados pelo partido na Corte do Texas, por isso conseguiu a moção. Aliás, também na Suprema Corte federal, a maioria dos magistrados é indicada pelos republicanos: 6 no total, contra 3 indicados pelos democratas. Uma maioria que se ampliou este ano, com a chegada de Amy Coney Barrett, em outubro passado.
Nesta quarta-feira (9), a estratégia ganhou força, já que as supremas cortes de outros 17 estados norte-americanos apresentaram oficialmente seu apoio à moção do Texas. São eles: Missouri, Alabama, Arkansas, Flórida, Indiana, Kansas, Louisiana, Mississippi, Montana, Nebraska, Dakota do Norte, Dakota do Sul, Carolina do Sul, Tennessee, Utah, Oklahoma e Virgínia Ocidental. Em todos esses estados, os republicanos têm maioria entre os juízes indicados.
Outro elemento que comprova o envolvimento de Trump na iniciativa é que os argumentos de todas as moções são similares aos usados pelos advogados de Trump nas denúncias que apresentou em diferentes tribunais estadunidenses, todas elas rejeitadas.
Se espera que o colégio eleitoral produza o resultado oficial das eleições presidenciais dos Estados Unidos até a próxima segunda-feira, 14 de dezembro. Se nenhuma supresa acontecer até lá, o senador Joe Biden, candidato do Partido Democrata, deve obter mais de 300 votos e ser declarado oficialmente eleito.