O líder do setor mais radicalizado da oposição ao chavismo foi o grande derrotado das eleições na Venezuela, neste domingo (6).
O deputado Juan Guaidó, que desde 2019 se considera “presidente interino” do país, com o apoio dos Estados Unidos, apostou pela estratégia de boicotar o processo eleitoral, e por isso não se candidatou à reeleição, assim como todo o seu partido, o Primeiro Justiça.
Assim, o opositor deixará de ser deputado a partir da posse dos novos parlamentares, na primeira semana de janeiro de 2021, e portanto também não poderá ser mais o presidente do Poder Legislativo, cargo que sustentava sua narrativa: a ideia de que Guaidó era “presidente interino” se baseava na suposta ilegitimidade de Maduro, ao não ser reconhecido como presidente por outros governos, que diziam apoiar a “presidência” do deputado justamente por ser o presidente do Poder Legislativo.
No entanto, outros setores da direita venezuelana decidiram sim participar do processo: a Aliança Democrática, de centro-direita, ficou com 17,7%, enquanto o Venezuela Unida, obteve 4,2%. Junto com outros partidos menores, a direita reuniu cerca de 22,6% dos votos.
A coalizão vencedora foi a do Grande Polo Patriótico, que inclui o PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), do presidente Nicolás Maduro.
Os governistas tiveram 68,4% dos votos, o que garante uma maioria de mais de dois terços do parlamento unicameral do país, suficiente para aprovar qualquer lei, inclusive as que requerem um quórum qualificado. Também devem garantir a presidência do Legislativo a partir do próximo ano.
Além do chavismo, a esquerda venezuelana também será representada pelo Partido Comunista, de oposição a Maduro, e que ficou com 2,7% dos votos.