O governo da Venezuela anunciou nesta terça-feira (29) que fechou um acordo com o governo da Rússia que permitirá que o país inicie um plano de vacinação em massa contra a Covid-19. Os venezuelanos devem receber 10 milhões de doses da Sputnik V, desenvolvida pelo Centro Gamaleya e aplicada também na Argentina.
“A Venezuela acaba de assinar o contrato para aquisição da vacina Sputnik V. Assinamos um acordo para vacinar 10 milhões de pessoas e já estamos nos programando nesta primeira fase”, declarou a vice-presidenta Delcy Rodríguez à emissora VTV ao assinar contrato com o embaixador russo, Serguéi Melik-Bagdasárov. Segundo o presidente Nicolás Maduro, as doses devem chegar até o fim do primeiro trimestre de 2021.
A Venezuela recebeu testes clínicos da Sputnik V na fase três das pesquisas. Foram vacinados 2 mil voluntários no país. O governo venezuelano afirma que o imunizante é muito seguro e destaca que o acordo permite que o início da vacinação comece "o mais rápido possível".
Rodríguez ainda destacou as dificuldades que o país enfrenta para conseguir comprar vacinas em razão do bloqueio econômico imposto contra a nação e o bloqueio das reservas internacionais do país no Reino Unido.
No último domingo, o ministro da Saúde, Carlos Alvarado, revelou que a Venezuela foi impedida de aceder às doses do consórcio Covax, formado com o objetivo de garantir a imunização de países periféricos. O governo teria oferecido 18 milhões de dólares para garantir imunizantes para a população.
Cuba
Além da Rússia, a Venezuela tem Cuba como uma das esperança de vacinação. O presidente da ilha caribenha, Miguel Diaz-Canel, anunciou nesta terça que os imunizantes desenvolvidos no país - Soberana 01 e 02 - têm avançado.
Segundo o diretor-geral do Instituto Finlay, Vicente Vérez Bencomo, a expectativa é que o país consiga imunizar a população até o fim do primeiro semestre de 2021.
Cuba e Venezuela anunciaram em dezembro a criação de um banco de vacinas.