A ex-ditadora Jeanine Áñez, que governou a Bolívia durante quase um ano inteiro, anunciou nesta segunda-feira (28) que será candidata a governadora do Departamento de Beni, no Norte do país.
Áñez foi imposta no poder pelas Forças Armadas, em novembro de 2019, após o golpe de Estado que encerrou os 13 anos de gestão de Evo Morales na Bolívia. Assumiu o cargo prometendo que teria uma gestão curta, responsável apenas por organizar novas eleições. No entanto, acabou adiando o pleito três vezes, e a primeira delas foi para permitir que ela mesma pudesse ser candidata presidencial – quando assumiu, ela assegurou que não disputaria a presidência.
Antes do golpe de Estado, Jeanine Áñez foi senadora pelo mesmo Departamento de Beni, cargo que acabou perdendo já que, a candidatura presidencial impediu que ela disputasse a reeleição. No final, ela também desistiu da candidatura presidencial, em setembro, quando as pesquisas indicavam que ela sequer seria capaz de chegar ao segundo turno, mas era tarde demais para mudar o registro para uma campanha pelo Legislativo.
Em outubro, as eleições presidenciais bolivianas terminaram com vitória do economista Luis Arce, do MAS (Movimento Ao Socialismo), candidato indicado pelo ex-presidente Evo Morales. A volta da esquerda ao poder no país foi considerada outro indício do fracasso de gestão e popularidade da ditadura de Áñez.
As eleições regionais e municipais da Bolívia estão marcadas para o dia 7 de março de 2021. Jeanine Áñez será candidata pela nova aliança Agora, uma nova coalizão formada por partidos de direita.