A Venezuela realizará neste domingo (6) suas eleições legislativas, que trarão a renovação de 100% da Assembleia Nacional do país (unicameral). Entre as principais questões a respeito do pleito está o fato de que a oposição coloca em jogo sua maioria, obtida na vitória contra o chavismo em 2015.
No entanto, desta vez terá como desvantagem o fato de que parte dos parlamentares desse setor decidiu boicotar o processo, alegando que haverá fraude. Entre eles, está o principal líder do grupo mais radicalizado, o deputado Juan Guaidó.
Nesta quarta-feira (2), Guaidó convocou uma coletiva de imprensa para pedir à comunidade internacional que não reconheça o resultado das eleições legislativas no país. Segundo o líder opositor, “o governo de (Nicolás) Maduro está promovendo uma nova farsa, e confio em que não haverá reconhecimento a este processo, e sim à luta venezuelana pelo fim da usurpação”.
Em janeiro de 2019, o deputado foi escolhido para ser presidente da Assembleia Nacional, razão pela qual aproveitou para se autoproclamar como “presidente interino” da Venezuela, iniciativa que contou com o apoio dos Estados Unidos, da Colômbia, do Chile e também do Brasil.
A estratégia acabou levando a um desgaste na imagem interna da oposição e do próprio Guaidó. Alguns analistas venezuelanos consideram que o boicote do deputado se justifica, principalmente, pelo risco de que não fosse reeleito se enfrentasse as urnas, já que os setores opositores mais abertos ao diálogo com o chavismo aparecem melhor posicionados nas pesquisas.
Caso as eleições deste domingo sejam ratificadas oficialmente, Guaidó terá que abandonar seu cargo real na Assembleia Nacional, o que também tornará impossível continuar reivindicando o cargo virtual que atribui a si mesmo.