A Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), a chilena Michelle Bachelet, apresentou nesta terça-feira (15) um documento no qual a entidade finalmente se pronuncia sobre os diversos casos de massacres e assassinatos contra membros de organizações sociais no país.
Segundo o informe, só neste ano de 2020 já foram registrados 66 massacres na Colômbia, nos quais morreram 255 pessoas, a maioria membros de movimentos sociais em defesa de direitos civis.
O documento também ressalta que quase todas as vítimas eram camponeses, indígenas e afrodescendentes, e que as organizações às quais faziam parte eram envolvidas na luta por direitos desses grupos. Além disso, 120 dessas vítimas também eram ligadas a entidades de defesa dos direitos humanos reconhecidas pela ONU.
Ao apresentar o informe, a própria Bachelet fez algumas declarações. “Infelizmente, após décadas de conflito armado, a violência foi normalizada na Colômbia, algo que ninguém deveria aceitar. É trágico ver tantas pessoas sendo vítimas de violência persistente em todo o país”.
O informe foi realizado pela Missão de Verificação da ONU e também informou, desde a assinatura do acordo de paz, em novembro de 2016, houve 244 assassinatos de ex-combatentes das FARC (as antigas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, hoje transformada em um partido político legal).
Diante dessa situação, Bachelet pediu às autoridades colombianas que “tomem medidas mais fortes e muito mais eficazes para proteger a população dessa violência horrenda e desmantelar essas organizações criminosas, sucessoras do paramilitarismo, e suas redes de apoio”.
“É dever do Estado estar presente em todo o país, implementando um amplo leque de políticas públicas integrais, não só com medidas drásticas contra os responsáveis ??pela violência, mas também prestando serviços básicos e salvaguardando os direitos fundamentais da população”, comentou a alta comissária.