A Câmara dos Deputados da Argentina está votando nesta quinta-feira (10) o projeto de lei que despenaliza o aborto e permite que o procedimento possa ser feito através do sistema público de saúde do país.
O projeto já foi apresentado ao Congresso diversas vezes, e sempre foi rejeitado, mas desta vez conta com algo que não tinha antes: o apoio do governo vigente: o atual presidente Alberto Fernández, cumpriu a promessa que fez durante a campanha e trabalhou a favor da aprovação da iniciativa.
Por isso, a votação é acompanhada por grande otimismo pelo movimento feminista argentino, que lotou a praça em frente ao edifício do Congresso Nacional, que ficou tomada pelos lenços verdes que simbolizam a campanha em favor do aborto livre.
A médica Roberta Davagnino, uma das porta-vozes do movimento, declarou ao diário Página/12 que “esta lei é urgente, porque as mulheres e pessoas gestantes devem poder decidir sobre seus corpos”.
A última vez que um projeto semelhante tramitou no Legislativo argentino foi em 2018, e também reuniu uma multidão nas ruas – ainda mais que a desta quinta, já que eram tempos sem pandemia. Naquele então, a campanha pró aborto teve sua única vitória em todos esses anos, já que o projeto foi aprovado pela Câmara dos Deputados, mas depois foi rejeitado pelo Senado.