O velório de Diego Armando Maradona, realizado durante a manhã e tarde desta quinta-feira (26), não ficou isento de cenas de violência, protagonizadas pela polícia da cidade de Buenos Aires, que reprimiu alguns grupos de fãs do craque argentino que esperavam para entrar na Casa Rosada, onde estava o corpo do ídolo.
Especialmente durante a tarde, houve cenas de violência, quando os policiais tentaram bloquear uma das ruas de acesso à Praça de Maio, em frente ao palácio presidencial argentino. Vários fãs que se organizavam numa fila que passava pelo local reagiram e foram agredidos com cacetetes por um batalhão de choque.
Outro confronto entre torcedores e forças de segurança ocorreu na Avenida 9 de Julio, a poucos quarteirões da Casa Rosada, e dessa vez com mais violência: um grupo de torcedores chegou a ser atacado com balas de borracha e gás lacrimogêneo.
Ambos os casos levaram o governo federal e o governo da cidade de Buenos Aires a trocar ríspidas declarações. Primeiro, Wado de Pedro, ministro do interior do governo peronista e progressista de Alberto Fernández, pediu ao Executivo municipal que evitasse usar a violência contra os torcedores presentes na Praça de Maio. “Essa homenagem popular não pode acabar em repressão contra aqueles que só querem se despedir de Maradona”, afirmou.
Em resposta, a Secretaria de Segurança de Buenos Aires disse que “os incidentes foram fatos isolados em uma jornada que se desenvolveu pacificamente”, e também pediu ao governo nacional que “não busque politizar essas situações casuais”.
A prefeitura de Buenos Aires é administrada por Horacio Rodríguez Larreta, do partido macrista PRO – embora o prefeito esteja, atualmente, afastado de Mauricio Macri, devido a desavenças que surgiram entre eles nos últimos meses, mas não afastado da direita liberal, do qual pretende se alçar como liderança alternativa ao antigo aliado.