A segunda onda da pandemia do coronavírus SARS-CoV-2 continua levando sistemas hospitalares ao colapso na Europa. Nesta terça-feira (17), foi a vez da Suíça admitir que o sistema hospitalar do país já não possui UTI’s disponíveis, pois todas estão ocupadas com pacientes de covid-19.
A SSMI (sigla em alemão da Sociedade Suíça de Medicina Intensiva) admitiu em um comunicado em resposta a uma matéria do New York Times que “as unidades de cuidados intensivos estão no limite da capacidade de 876 camas reservadas para adultos, e o número de casos graves diários continua crescendo. O sistema já não suporta mais”.
Mas o mais inusitado foi a recomendação da entidade para que as pessoas do grupo de risco (maiores de 65 anos e portadores de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão) “escrevam um testamento em vida, especificando que tipo de cuidados querem receber em casos mais extremos”.
“Assim, seus entes queridos e também as equipes médicas agilizarão o processo de tomada de decisões, assegurando o melhor tratamento possível de acordo com os desejos do paciente”, esclarece o texto, explicando que não se trata de um testamento para saber o destino dos seus bens e propriedades, e sim para determinar o que fazer com o corpo em caso de óbito, para que os procedimentos sejam feitos de forma mais rápida, mas sem deixar de atender a vontade do paciente.
Só nesta quarta-feira (18) a Suíça registrou mais de 6 mil novos infectados, com 84 mortes. Na contagem desde o início da pandemia, o país alpino já totaliza 280 mil casos de covid-19, com 3,4 mil óbitos.