Tensão entre Marrocos e Saara Ocidental ignora pedido de cessar-fogo da ONU

A Frente Polisária, grupo que defende a independência de Saara Ocidental, reclama de “ocupação ilegal” do exército marroquino nesse território, que vive conflito armado há 5 dias

Cenário de guerra em Saara Ocidental
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O noroeste da África é o mais novo cenário de guerra do planeta. Em um conflito que não é tão novo, já que a luta pela independência da Saara Ocidental contra o Marrocos não é algo novo, mas os conflitos se intensificaram desde a última quinta-feira (12), a ponto de até a ONU (Organização das Nações Unidas) fazer um apelo por um cessar-fogo na região, devido a um possível grande número de vítimas civis – não há dados oficiais a respeito.

A disputa destes últimos dias envolve as forças do exército marroquino e a Frente Polisária, grupo guerrilheiro que luta pela independência de Saara Ocidental.

O conflito ganhou força depois que os marroquinos deslocaram suas forças para uma faixa de proteção na zona de Guerguerat, como resposta ao que o governo do país considerou como “provocações” da Frente Polisária – lançamento de bombas na região.

Saara Ocidental é uma antiga colônia espanhola na África. Quando o país europeu abandonou o território, em 1975 – com o fim da ditadura de Francisco Franco –, a maior parte ele foi anexada pelo Marrocos. Uma pequena parte foi ocupada pela Mauritânia durante certo tempo, mas depois também terminou sob domínio marroquino. Desde então, a Frente Polisária luta pela independência do Marrocos.

A luta armada pela independência foi interrompida em 1991, quando a ONU realizou com sucesso uma negociação que garantiu certa autonomia ao território de Saara Ocidental, mas muitas organizações locais continuaram lutando pelo reconhecimento do país em órgãos internacionais.

Em outubro deste ano, a Frente Polisária mostrou que está disposta a voltar ao combate, a bloquear o movimento de pessoas e mercadorias na principal estrada que liga Marrocos à Mauritânia, o que o governo marroquino considerou um “ato de banditismo”.

Desde sexta-feira (13), o secretário geral da ONU, o diplomata português António Guterres, tem realizado “várias iniciativas para diminuir a tensão, e um apelo por um cessar-fogo e pelo início de uma negociação entre as partes”. No entanto, tem sido ignorado até agora pelas forças envolvidas no conflito.