O perfil do Papa Francisco no Twitter compartilhou um vídeo nesta quinta-feira (8) que mostra o pontífice pedindo uma maior integração de mulheres em cargos de decisão nas igrejas. A fala vem após o Vaticano ser acusado de sexismo ao assinar a encíclica “Fratelli tutti” no último sábado (3).
"Ninguém foi batizado como padre ou bispo. Todos nós fomos batizados como leigos. Hoje, é especialmente necessário ampliar os espaços com presença relevante feminina na igreja. E nesta presença laical, deve-se sublinhar o feminino, pois as mulheres costumam ser deixadas de lado. Devemos promover a integração das mulheres em lugares onde são tomadas decisões importantes", afirma o Papa no vídeo.
O título "Fratelli tutti", baseado em uma citação de São Francisco, foi considerado sexista por grupos de mulheres que buscam igualdade de gênero na Igreja Católica. De acordo com a BBC, grupos de feministas católicas criticaram o uso da palavra "irmãos" no título, sem mencionar a equivalente "irmãs".
Em carta encaminhada ao papa, assinada por 30 organizações femininas da Europa, África, Ásia e América Latina, as católicas afirmam que "o substantivo masculino distanciará muitos em um momento em que as mulheres em muitos idiomas e culturas diferentes sofrem por ouvir que o masculino é entendido em um sentido genérico".
O Vaticano se manifestou por meio de texto publicado no site do Vaticano. Nele, no entanto, o diretor de comunicação Andrea Tornielli rechaça as acusações e escreve que "seria um absurdo pensar que o título, na sua formulação, tenha a intenção de excluir mais da metade dos seres humanos, ou seja, as mulheres".