Parlamento Europeu rejeita acordo UE-Mercosul e culpa Bolsonaro

Eurodeputados dizem estar "extremamente preocupados" com a política ambiental do presidente brasileiro

Bandeiras do Mercosul, da União Europeia e do Brasil (Imagem: Wikimedia Commons)
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A maioria dos deputados do Parlamento Europeu aprovou um texto que rejeita um acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. Para parlamentares, política ambiental do presidente Jair Bolsonaro vai contra acordos internacionais e, por isso, a aliança entre os dois blocos não pode ser aprovada "como está".

Em versão original do texto, o Parlamento afirmavam estar “extremamente preocupado com a política ambiental de Jair Bolsonaro, que vai contra os compromissos do Acordo de Paris, em particular no combate ao aquecimento global e à proteção à biodiversidade”. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.

“Nessas circunstâncias, o acordo UE-Mercosul não pode ser ratificado como está”, conclui. A rejeição ao tratado foi mantida no texto final, mas a menção a Bolsonaro foi retirada.

O texto foi incluído no relatório de Jörgen Warborn sobre a implementação da política comercial entre os dois blocos, de 2018. A votação ocorreu nesta terça-feira (7), com a aprovação de 345 eurodeputados e 295 votos contra. O projeto ainda precisa ser submetido ao Parlamento.

A campanha contra o acordo foi incentivada pelo partido do presidente francês, Emmanuel Macron, com quem Bolsonaro já teve desentendimentos em relação à Amazônia. Trata-se da primeira vez, em 15 anos de negociação, que a entidade rejeita o tratado comercial.

O Brasil vive um intenso desgaste internacional por conta dos incêndios que destroem a meses florestas da Amazônia e Pantanal. O presidente, no entanto, autorizou o uso de bombeiros da Força Nacional no Mato Grosso do Sul, um dos estados mais atingidos pelas queimadas, apenas na segunda-feira (5). Ao todo, 40 bombeiros vão atuar no bioma durante um mês.