Dezenas de mulheres tiveram que passar por um terrível constrangimento no Aeroporto de Hamad, em Doha, no Qatar, após as autoridades encontrarem um recém-nascido abandonado em um dos banheiros do local.
O caso teria acontecido neste fim de semana, e a decisão dos administradores do aeroporto conseguiu ser autoritária e machista ao mesmo tempo: todas as mulheres que estavam no local foram forçadas a fazer um exame ginecológico, para constatar se alguma delas havia dado à luz recentemente, e assim determinar que era mãe do bebê encontrado.
A repercussão do caso causou indignação em muitos países, especialmente na Austrália, após a queixa de 13 turistas desse país que tiveram que se submeter ao exame forçado.
A chanceler da Austrália, Marise Payne, descreveu a situação como “um conjunto de eventos absurdo, que culminou em cidadãs de diferentes países, algumas delas australianas, obrigadas a encarar um procedimento invasivo e terrivelmente perturbador”.
Payne também garantiu que pretende se reunir ainda nesta semana com o embaixador do Qatar, para discutir o assunto. “Nos sentimos na obrigação de deixar nossas opiniões muito claras para as autoridades do Qatar”, explicou a ministra de Relações Exteriores.
As autoridades do Qatar não justificaram a decisão até o momento, apenas informaram que o bebê encontrado está sendo atendido em um hospital da capital do país, e que “tem sinais vitais controlados”. As dezenas de exames realizados não serviram para identificar a mãe da criança.