Chilenos fazem fila para votar em plebiscito que pode derrubar Constituição de Pinochet

Participação eleitoral surpreende, já que país vinha registrando taxas altas de abstenção nos pleitos

Fila para votar em Valparaíso (Foto: Victor Farinelli)
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Chilenos estão indo às ruas neste domingo (25) para votar em plebiscito que vai decidir se o país muda ou não a Constituição de 1980, formulada em meio à ditadura militar de Augusto Pinochet. Segundo relatos, locais de votação estão com filas desde a madrugada, o que aponta um aumento da participação popular nas decisões políticas do país.

É a primeira vez na história que chilenos serão questionados sobre mudar ou não a Constituição, assim como qual órgão deveria redigi-la. A Constituição de 1980 foi reformulada algumas vezes na democracia chilena, mas é considerada uma das origens da desigualdade social no país.

O plebiscito estava previsto para 26 de abril, mas precisou ser adiado por conta da pandemia do coronavírus. O direito de voto por uma nova Constituição no país é resultado de acordo firmado no Congresso no dia 15 de novembro de 2019, após uma série de protestos históricos que tomaram conta do país nos meses anteriores.

Ao todo, mais de 14,7 milhões de eleitores foram chamados a participar do pleito no país, onde a votação é voluntária desde 2012. Com isso, um dos temores era que plebiscito registrasse uma baixa participação eleitoral, conforme foi visto em pleitos anteriores. Nas eleições presidenciais de 2017, por exemplo, nem 50% da população participou da votação.

Espera-se que a maioria da população vote pela mudança da Constituição e a favor de que a nova seja redigida por um órgão constituinte, com representantes eleitos exclusivamente para isso.

O repórter da Fórum, Victor Farinelli, correspondente no Chile desde 2006, relata que filas em Valparaíso estão dando a volta no quarteirão, algo que seria inédito na região.

"Isso aqui é histórico. Nunca vi nada parecido, é muita gente. Estão fazendo uma votação no meio da pandemia. É muito bonito o que estão fazendo aqui", conta. "Os mesários organizando a fila, que dá a volta inteira no quarteirão, gente pegando os idosos para passar na frente da fila. Tinha gente que dava a volta na fila para incentivar as pessoas a não desistirem", completa.

Confira:

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