A onda de manifestações contra a brutalidade policial não acontece apenas nos Estados Unidos e na Europa, mas também em muitos países da África. É o caso da Nigéria, onde esse fenômeno já está instalado desde antes do assassinato de George Floyd, e que teve um novo episódio nesta terça-feira (20).
Dezenas de milhares de pessoas que se manifestavam em Lagos, maior cidade do país, foram atacadas a tiros por membros das forças armadas e da polícia militarizada nigeriana, justamente por protestar contra os abusos da polícia contra a população civil. Também houve protestos na capital Abuja, também com confronto entre policiais e manifestantes, mas sem registros de tiros.
Ambas as manifestações contrariaram um toque de recolher de 24 horas imposto pelo governo da Nigéria em todo o país, na noite de segunda-feira (19), após a fuga de cerca de 2 mil presos, após uma série de ataques a diferentes centros de detenção no sul do país.
Não há reporte oficial de mortos e feridos pelos ataques a tiros aos manifestantes em Lagos, mas algumas organizações sociais locais afirmam haver pelo menos 14 vítimas fatais e dezenas de pessoas feridas.
“Eles começaram a disparar contra a multidão. Eu vi pelo menos duas pessoas que foram atingidas”, relatou Alfred Ononugbo, um dos manifestantes ouvido por reportagem da agência Reuters.