O economista Luis Arce, candidato do MAS (Movimento Ao Socialismo) à presidência da Bolívia, denunciou um aumento da repressão contra líderes sociais do país esta semana, por parte da polícia comandada pelo governo ditatorial de Jeanine Áñez.
“Denunciamos que a perseguição política e judicial contra os representantes das organizações sociais continua na Bolívia, e é ainda mais preocupante por se tratar de uma semana de eleição presidencial”, comentou Arce, em coletiva à imprensa local.
O candidato destacou o caso da prisão do líder comunitário Ernesto Quispe, representante das organizações indígenas da cidade de El Alto, reduto do MAS nos arredores de La Paz. Ele foi detido na madrugada desta quinta-feira (15), acusado do suposto crime de “envolvimento com atividades terroristas”.
Jeanine Áñez chegou ao poder imposta pelas Forças Armadas em novembro de 2019, dois dias depois que os mesmos militares obrigaram o presidente Evo Morales (também do MAS) a renunciar ao cargo e fugir do país – atualmente, ele se encontra em asilo político na Argentina.
As eleições na Bolívia acontecerão neste domingo (18), e existe a possibilidade de Arce vencer no primeiro turno, caso obtenha mais de 40% dos votos e uma diferença de mais de 10 pontos percentuais para o segundo colocado. Pesquisas mais recentes indicam que ele poderia ter até 44% dos votos neste fim de semana, enquanto seu principal adversário, Carlos Mesa (direita neoliberal) conseguiria apenas 32%.
No entanto, muitos analistas temem uma possível fraude eleitoral, ou até mesmo um novo golpe de Estado, caso as urnas levem a esquerda de volta ao poder.