Deputado eslovaco de direita vai à prisão por fazer referências nazistas

Suprema Corte do país europeu condenou Marian Kotleba, líder do Partido Popular Nossa Eslováquia, a uma pena de quatro anos de prisão, por distribuir cheques de 1488 euros. Número é relacionado ao nazismo

Marian Kotleba, líder do Partido Popular Nossa Eslováquia, entregando cheque polêmico (foto: Refresher)
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A Suprema Corte da Eslováquia anunciou pena de prisão de quatro anos e quatro meses de prisão ao deputado Marian Kotleba, líder do Partido Popular Nossa Eslováquia, referente da extrema-direita no país.

A sentença se refere a um caso ocorrido em 2017, quando Kotleba liderou um evento de celebração de um aniversário da antiga Eslováquia fascista, cujo momento de destaque foi a distribuição de cheques a famílias pobres no valor de 1488 euros (cerca de 9,7 mil reais).

Dias depois do evento, o deputado foi acusado por apologia ao nazismo, não só pelo evento em si – já que a Eslováquia fascista existiu apenas durante o período da Segunda Guerra Mundial, entre 1939 e 1945, e era um regime tutelado pela Alemanha nazista –, como também pelo uso do número 1488 no cheque. O valor não era um acaso tinha um simbolismo evidente para os seguidores do nazismo.

O 14 tem a ver com o lema de 14 palavras criado pelo líder neonazista estadunidense David Lane (1938-2007): “devemos assegurar a existência da nossa raça e um futuro para as crianças brancas”. A consigna é considerada como um grito de guerra por muitos movimentos fascistas europeus e supremacistas brancos nos Estados Unidos.

Por sua parte, o 88 representa a famosa saudação nazista “Heil Hitler”, ou sua sigla “HH”, pelo fato de que a letra “H” é a oitava do alfabeto.

Kotleba alegou que o número era uma mera coincidência, mas seu argumento não convenceu os juízes.

Nas últimas eleições da Eslováquia, em fevereiro de 2020, o Partido Popular Nossa Eslováquia, liderado por Kotleba, foi o quarto mais votado do país, com 8% dos votos, e ficou com 17 das 150 vagas do parlamento.