Argentina terá secretaria de Economia e Gênero, ligada ao Ministério da Economia

Departamento foi criado nesta semana e será liderado pela economista Mercedes D’Alessandro. “Nossa missão será romper os padrões estabelecidos que realimentam a desigualdade”, afirma a secretária.

Foto: Página/12
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A pobreza é sexista, mas não acredite nesta frase escrita por um jornalista qualquer. Ela é muito mais consistente quando explicada pela economista Mercedes D’Alessandro, professora da Universidade de Buenos Aires e recém nomeada secretária de Economia e Gênero da Argentina. “A pobreza é sexista. As mulheres, travestis e pessoas transgênero são as que padecem as piores condições de emprego, e contam com menor renda”, afirma a acadêmica argentina. A partir desta semana, D’Alessandro liderará a Secretaria de Economia e Gênero, um novo departamento ligado ao Ministério da Economia, e mais uma iniciativa destacável do governo de Alberto Fernández. Em declaração publicada após a nomeação, a economista não só escreveu a frase do parágrafo acima, como também disse que sua missão como secretária será “romper os padrões estabelecidos que realimentam a desigualdade”. D’Alessandro também especificou que, entre seus projetos, está o de trabalhar junto com o INDEC (Instituto Nacional de Estatísticas e Censos da Argentina) para constituir um novo sistema de indicadores econômicos que possibilite diagnosticar a situação das mulheres. Também afirmou que seu trabalho estará voltado a atacar o desemprego que atinge a população feminina e transgênero, e também a questão da desigualdade salarial de gênero, e das áreas onde a participação feminina obstaculizada pelo preconceito. Segundo a economista: “a Secretaria pretende colaborar para transformar as ferramentas de compreensão, medição, análise e desenho de política econômica. O objetivo é consolidar uma compreensão mais ampla do que é o trabalho, permitindo a inclusão (feminina) naqueles trabalhos que hoje não formam parte das estatísticas oficiais, e que sustentam o setor produtivo”.