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O dia transcorria mais ou menos normalmente no Congresso Nacional do Chile – ou ao menos o mais normal que o Chile atual pode ser –, nesta quarta-feira (8), quando a vice-presidenta do partido Comuns, Bárbara Castillo, e a diretora nacional da Plataforma de Feminismo Popular Poderosas, Estefanía Campos, tentaram entrar no edifício, para uma reunião da qual haviam sido convidadas. Somente tentaram, não conseguiram. Por quê?
Mal sabiam elas que seus nomes constavam em uma lista de proibição, na qual também estão outras colegas ativistas de coletivos e organizações do Movimento Feminista. Nem mesmo o fato de ambas terem convites formais entregues por parlamentares mudou a situação, e elas acabaram desistindo de entrar.
Antes de deixar o local, Bárbara Castillo disse, em entrevista à reportagem do periódico local El Desconcierto, que os seguranças se negaram a explicar de quem foi a ordem para estabelecer a lista contra as feministas. Contudo, ela acredita que “isso deve ser uma represália, pelo dia em que aprovamos a lei de paridade de gênero (em dezembro passado), e nos manifestamos na plateia da Câmara, e provavelmente foi tomada pelos que odeiam esses avanços democratizantes no processo constituinte”.
Justamente, Castillo e Campos foram convocadas para participar de uma reunião com líderes dos partidos da oposição a Sebastián Piñera, na qual se debateria uma nova fórmula para a lei que obriga o processo constituinte chileno a ter paridade de gênero.
Apesar do projeto nesse sentido que foi aprovado na Câmara, ainda há tentativas da direita e do governo de incluir uma emenda durante seu trâmite no Senado, para tergiversar seu sentido e permitir uma menor representação feminina, ou garantir igualdade somente nas candidaturas – a lei aprovada fala em garantir uma cota igualitária entre representantes eleitos.