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Uma pesquisa publicada nesta sexta-feira (3), realizada pelo instituto CiesMori, para o canal de televisão Unitel, mostrou o tamanho do favoritismo do partido MAS (Movimento ao Socialismo, de Evo Morales) nas eleições presidenciais que se realizarão na Bolívia neste ano - depois que as de 2019 foram consideradas nulas após o golpe de Estado de novembro passado.
Mesmo sem ter um nome na lista de candidatos legais, a opção "candidato do MAS", sem especificar quem, foi a mais citada pelos entrevistados, com 20,7% das preferências. Em segundo lugar, com 15,6%, ficou a ditadora Jeanine Áñez, que assumiu o poder no país em 12 de novembro, dois dias depois do golpe, e sem um quórum mínimo do Senado para legitimar sua designação - mas com o claro apoio das Forças Armadas.
O jornalista Carlos Mesa, que perdeu a disputa em outubro contra Evo Morales no primeiro turno, e que por isso iniciou a campanha que terminou com o golpe de Estado - aparece em terceiro lugar, com 13,8%.
Outro importante líder golpista, o empresário Luis Fernando Camacho, tem apenas 6,9%. Camacho, que também se distingue por ser o principal aliado de Jair Bolsonaro no país, chegou a visitar o Itamaraty semanas antes do início da campanha presidencial do ano passado, e saiu da reunião alegando, meses antes da votação, que temia por uma fraude nas eleições.
Vale lembrar que, durante esta semana, o Tribunal Eleitoral da Bolívia chegou a aceitar as denúncias do governo e de partidos de direita para proibir o registro eleitoral do MAS, mas terminou dando sentença contrária a elas, ou seja, inocentando o partido de Evo e permitindo que ele participe das próximas eleições. Contudo, essa mesma denúncia e a incerteza sobre a participação do partido foi o que levou o instituto CiesMori a não incluir um candidato da esquerda na pesquisa.
Em outras pesquisas, realizadas em dezembro de 2019, o opção o MAS foi representada por Andrónico Rodrígues, um jovem líder sindical, de apenas 30 anos, e que aparece com entre 20% e 23%, dependendo da medição.
O Tribunal Eleitoral da Bolívia deve anunciar na próxima semana o calendário oficial das eleições.