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A causa da explosão do do Boeing 737-800, da empresa ucraniana UIA, na terça-feira (7), continua sendo tema de controvérsia. Nesta sexta (10), a agência estatal iraniana Fars afirmou que a versão de que a tragédia teria sido causada por um míssil iraniano é falsa e visa manipular o mercado de ações em favor da fabricante de aviões.
O artigo da Fars assegura que o acidente foi causado por problemas técnicos e que a versão promovida pelos Estados Unidos e pelo Canadá é parte de um “relato que visa desviar a atenção do fracasso de Trump no Iraque e aproveitar de ocultar a falência da Boeing e tentar salvá-la”.
O artigo cita que, na quarta-feira (8), as ações da Boeing caíram 2,3%, o que representa uma perda de cerca de 3,4 bilhões de dólares, e que no dia seguinte, “depois que autoridades não identificadas do Pentágono alegaram que o avião teria sido derrubado por mísseis antiaéreos, e os presidentes Trump e Trudeau apoiaram essa versão, o valor das ações voltou a subir, em 3%.
O texto cita como exemplo da proximidade de Trump com a Boeing o acidente com um 737 MAX cinco meses atrás na Indonésia que matou 189 pessoas. Citando artigo da agência Reuters, o texto afirma que o CEO da Boeing, Dennis Muilenburg, disse a Trump, um entusiasta da aviação, que a aeronave estava segura. Mais tarde, autoridades da aviação repetiram que os vôos do avião nos EUA continuariam.
Trump usou produtos e sites da Boeing como pano de fundo para grandes anúncios ao longo de sua presidência, segundo o artigo.
O acidente com o avião ucraniano matou 180 passageiros e tripulantes, a maioria iranianos, e não deixou sobreviventes. Em meio a disputa de versões entre Estados Unidos, Canadá e Irã, o governo da Ucrânia ainda não fez nenhuma declaração mais contundente a respeito, embora sua embaixada em Teerã tenha apoiado a versão de que o avião não sofreu um ataque – tampouco respaldou a versão de que houve falha técnica, apenas solicitou que o caso fosse rigorosamente investigado.