Escrito en
GLOBAL
el
Michelle Bachelet, ex-presidenta do Chile e alta comissária de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), voltou a criticar o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, e afirmou que tem "pena" do Brasil. A declaração de Bachelet, feita em uma entrevista à Televisão Nacional do Chile (TVN) divulgada neste domingo (22), vem às vésperas da abertura Assembleia Geral da ONU, na terça-feira (24), onde Bolsonaro deve discursar.
"Se há uma pessoa que diz que em seu país nunca houve ditadura, que não houve tortura, bem, que dia que a morte de meu pai por tortura permitiu que (o Chile) não fosse outra Cuba, a verdade é que me dá pena pelo Brasil", disse a ex-presidenta.
Sua fala foi em referência aos ataques feitos pelo presidente no início de setembro. Após Bachelet criticar o governo brasileiro, em meio à alta das queimadas na Amazônia, e afirmar que houve uma "redução do espaço cívico e democrático no país", Bolsonaro rebateu com elogios à ditadura chilena em um claro ataque à memória do pai da alta comissária, Alberto Bachelet, que foi assassinado pelo governo do ditador Augusto Pinochet, ídolo do presidente brasileiro.
"Diz (Michelle) ainda que o Brasil perde espaço democrático, mas se esquece que seu país só não é uma Cuba graças aos que tiveram a coragem de dar um basta à esquerda em 1973, entre esses comunistas o seu pai brigadeiro à época", afirmou Bolsonaro.
Na mesma entrevista divulgada neste domingo, Bachelet disse ainda que a "redução do espaço democrático" não é uma realidade apenas no Brasil, mas em todo o mundo.