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O WIT (Women Inside Trade), grupo que reúne 250 mulheres empresárias, acadêmicas e do setor público, atuantes no comércio internacional de 12 países, assinou neste domingo (15) um artigo dizendo que a igualdade de gênero é uma questão econômica, e o machismo restringe o desenvolvimento.
A reprimenda, de acordo com a coluna Painel S.A., da Folha, se refere à deselegância das falas de Bolsonaro e Paulo Guedes, que ofenderam a primeira-dama francesa Brigitte Macron.
O texto ainda afirma, citando dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que as desigualdades de gênero provocam, em média, perda de 15% de renda dos países.
Elas parabenizam Guedes por seu pedido de desculpas. É o primeiro passo, dizem.
Ao final, a carta do WIT também aproveita para lembrar o ministro que, no G20, o Brasil se comprometeu a reduzir em 25% a diferença de ganhos de homens e mulheres no mercado até 2025.
Relembre o caso
Brigitte Macron tem 24 anos a mais do que seu marido, Emanuel Macron. Antes de se casarem, o presidente da França foi aluno da sua atual esposa. Michelle Bolsonaro tem 27 anos a menos do que seu marido e é a terceira esposa dele.
Essa diferença entre os dois casais fez com que uma série de comentários machistas fossem espalhados pelas redes sociais como forma de diminuir o presidente francês. “É inveja do Macron pode crê”, escreveu um seguidor de Jair Bolsonaro com uma montagem com fotos dos dois casais em uma publicação do presidente no Facebook. “Não humilha cara. Kkkkkkk.”, respondeu Bolsonaro, no final de agosto.
Dias depois, em palestra realizada em Fortaleza (CE), o ministro da Economia fez pouco caso das declarações polêmicas e preconceituosas de Jair Bolsonaro. “É tudo verdade. O presidente Jair Bolsonaro falou mesmo, e é verdade mesmo, a mulher é feia mesmo”, declarou Guedes, reforçando o comentário machista de Bolsonaro. “Não existe mulher feia, existe mulher observada do ângulo errado”, disse. A ironia tirou risos da plateia.