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Ao falar sobre a Amazônia, uma repórter do Los Angeles Times - 3º maior jornal americano, colocou o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, contra a parede durante entrevista coletiva em Washington, nesta sexta-feira (13). Araújo gaguejou e teve dificuldade em explicar as medidas de apoio dos Estados Unidos para a região.
O chanceler tentou responder sobre suas posições a respeito de mudanças climáticas e também a mensagem que o presidente Jair Bolsonaro levará sobre a Amazônia na abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU), no próximo dia 24.
A jornalista perguntou sobre o fato de o chanceler brasileiro negar que as mudanças climáticas sejam um problema grave. O chanceler afirmou que o “melhor jeito de defender a floresta amazônica é o desenvolvimento da região” e voltou a dizer que existe “uso ideológico” da mudança climática e que o Brasil foi vítima desse tipo de “histeria”, no debate sobre as queimadas na Amazônia.
“Toda a conversa sobre questionar a soberania brasileira sobre a Amazônia vem desse tipo de histeria, na qual você supõe que há uma enorme crise climática (...) então talvez isso possa nos levar a intervir externamente na Amazônia, por exemplo. Vemos muito como isso funciona. Tiram as coisas de proporção e algumas pessoas ao redor do mundo defendem medidas que só podem ser contempladas em um estado de emergência”, disse Araújo.
“Como o quê?”, questionou a jornalista.
“Como intervir na soberania de um país, por exemplo”, respondeu Araújo.
“Intervir como?”
“Bem, limitando a soberania sobre seu território, que tem sido sugerido por alguns líderes no mundo”, disse Araújo.
“Você poderia nomear quem?”, pediu a jornalista.
“Teve um artigo na (revista) Foreign Policy advogando por isso”, finalizou Araújo.
Um artigo na revista Foreign Policy inicialmente intitulado como “Quem vai invadir o Brasil para salvar a Amazônia” não foi escrito por um líder mundial, mas pelo professor americano da Universidade Harvard, Stephen Walt. O título do artigo foi posteriormente alterado.
Com informações do Estadão