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O governo da Argentina sofreu uma baixa na noite deste sábado (17) com o pedido de demissão do ministro da Fazenda, Nicolás Dujóvne. Ele enviou uma carta ao presidente Maurício Macri em que disse estar "convencido de que, em virtude das circunstâncias, sua gestão necessita de uma renovação significativa na área econômica". Dujóvne estava no cargo desde janeiro de 2017.
"Meus agradecimentos ao Nicolás Dujóvne por ter sido parte da equipe e por seu compromisso, capacidade e honestidade a serviço da transformação de nosso querido país", escreveu Macri pelo Twitter, confirmando a saída de Dujóvne.
Segundo o jornal local La Nacion, assumirá o posto de ministro da Fazenda Hermán Lacunza, atual ministro da Economia da província de Buenos Aires.
A queda de Dujóvne vem em meio a um colapso sócio-econômico que a Argentina vive há anos, motivado, principalmente, pelas políticas austeras e liberais do governo Macri. Dados oficiais mostram que, somente no atual governo, a inflação dobrou (25% para 56%), a pobreza cresceu (30% para 34%), a indigência quase dobrou (4,5% para 8%), o desemprego ultrapassou os 10%, o dólar triplicou (15 para 46 pesos) e até o consumo de leite e carne diminuíram a níveis alarmantes.
Não à toa que Macri sofreu uma derrota acachapante nas eleições primárias, realizadas no último domingo (11). A chapa peronista composta por Alberto Fernández e pela ex-presidenta Cristina Kirchner conquistou 47% dos votos, contra 32% do atual mandatário. O resultado garantiria uma vitória em primeiro turno para a chapa kirchnerista nas eleições de outubro.
Após a derrota, Macri, que inicialmente deu declarações agressivas por não acreditar no resultado, adotou nesta quarta-feira uma postura mais tranquila, já preparando uma espécie de transição de governo, ou uma reação eleitoral inesperada. Ele admitiu responsabilidade no fracasso de seu governo neoliberal, anunciou medidas econômicas em benefício da população, e teve uma conversa telefônica com o possível futuro presidente, Alberto Fernández.