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O ataque às Terras indígenas Wajãpi no Amapá por garimpeiros, que deixou um cacique morto, ganhou destaque em jornais internacionais como o francês Le Monde e os norte-americanos New York Times e Washington Post. Os ataques na região amazônica são vistos com temor no exterior e fazem parte de banca de negócios de Jair Bolsonaro na Comissão de Relações Exteriores do Senado para garantir seu filho, Eduardo, como embaixador do Brasil nos EUA.
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Victoria Tauli-Corpuz, relatora da ONU para os Povos Indígenas, diz que Jair Bolsonaro é responsável pela invasão de terras no Amapá, que deixou um indígena Wajapi morto. Tauli-Corpuz crê que o governo deu margem para o tensionamento com as políticas e com o discurso que vem adotando.
“Ele [Bolsonaro] é o chefe-de-estado e, ao fazer tais pronunciamentos nessa linha, então claro que esses grupos vão tentar controlar essas terras, invadir esses territórios”, disse em entrevista a Jamil Chade, do Uol.
Bolsonaro declarou nesta segunda-feira que o indígena não foi assassinado e que vai “mostrar a verdade sobre isso aí”. A política de exploração da mineração nas terras indígenas anunciada por Jair Bolsonaro (PSL) – que tem gerado uma espécie de “corrida do ouro”, com invasões e matança nas aldeias – tem um objetivo claro: conquistar votos na Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado para aprovar o nome de Eduardo Bolsonaro para a embaixada brasileira em Washington.
O New York Times destaca, em matéria de , que a morte veio após mineradores aumentarem suas incursões em áreas protegidas, incluindo terras indígenas, após um "encorajamento explícito do presidente do Brasil de extrema-direita, Jair Bolsonaro". O periódico afirma também que "as invasões estão aumentando em todo o país, onde os líderes indígenas afirmam ser regularmente ameaçados por mineradores, madeireiros e fazendeiros", mas destaca: "assassinatos de líderes indígenas ainda são raros".
Já o francês Le Monde tratou da indiferença do governo com o caso e contou que "o presidente, como todo o seu governo, pretende explorar as riquezas da Amazônia" e avaliou que Bolsonaro "parece encorajar o desmatamento estimulado por mineradores, bem como agricultores e outros silvicultores".
"É bastante significativo que depois de mais de vinte anos sem conflito, haja uma invasão dessa violência. Garimpeiros se sentem apoiados. É assustador ", avaliou Joana Cabral de Oliveira, professora de etnologia da Unicamp, ao Le Monde.
O Post não avançou muito sobre o caso e se limitou a dizer que a Funai investigava a questão, replicando publicação da agência de notícias Associated Press.
Além dos noticiários, o Brasil foi cobrado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, que manifestou "preocupação com as informações recebidas sobre a possível presença de invasores armados no território do povo Wajãpi". "Solicitamos a devida diligência do Estado brasileiro para proteger e prevenir possíveis violações de seus direitos humanos", publicou.
https://twitter.com/CIDH/status/1155274849436274688