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O site norte-americano de notícias Bloomberg, de conhecida linha editorial conservadora, foi mais um a publicar, nesta segunda-feira (1), artigo com um balanço dos primeiros seis meses de Bolsonaro. O texto é assinado pelo jornalista Mac Margolis, correspondente do veículo para a América Latina.
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Segundo o artigo, “graças aos rompantes autoritários de Bolsonaro, a democracia que renascia no Brasil pode estar em perigo, e um retorno à ditadura se torna iminente”.
Sobre os problemas do governo em sua relação com o Congresso nacional, o artigo diz que isso está demonstrado em sua quantidade recorde de decretos nestes primeiros meses: “mais do que uma nostalgia pela autocracia, a propensão de Bolsonaro em lançar decretos demonstra uma deficiência política. Ele passou 28 anos no banco de trás do Congresso, atraindo a atenção de lobistas de projetos de lei de pequeno porte (...) e agora tenta governar colocando o foco da sua Presidência nesses projetos, enquanto seus ministros são responsáveis pelas grandes reformas”.
“Ao evitar a política, Bolsonaro fez com que um Congresso tradicionalmente reativo ganhasse espaço de manobra, e os legisladores estão avançando com suas agendas próprias como nunca antes, fazendo com que o presidente se sinta como uma `rainha da Inglaterra´, como ele mesmo se descreveu”, continua o texto.
O texto também se refere à série de reportagens Vaza Jato e ao sucesso do documentário Democracia em Vertigem, de Petra Costa: “o mais recente escândalo de vazamentos mostra uma confabulação imprópria entre o ex-juiz (Sérgio Moro) e o promotor (Deltan Dallagnol) da Operação Lava Jato, e ampliou o conceito de que os interesses da elite estão instalados dentro da Justiça. E agora, vem o Netflix e nos traz um documentário perturbador, sugerindo que a ascensão de Bolsonaro foi o golpe final de uma trama da oligarquia, que levou a democracia ao limite”.
O artigo deixa no ar uma definição e um questionamento: “esses seis meses (de Bolsonaro), cheios de crises e populismo mercurial, transformaram a fantasia do poder em sua cabeça. Até aqui, a democracia constitucional do Brasil parece ter força para sobreviver a Bolsonaro. A questão é se Bolsonaro poderá conviver com a democracia”.